segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A DOR DE AGRADAR SEMPRE...




Você vive para os outros?
(texto e entrevista de Kau Mascarenhas)


Em cursos e palestras falo frequentemente sobre as Posições Perceptivas: EU-OUTRO-OBSERVADOR da forma como são estudadas na PNL - Programação Neurolinguística. 
Devido a um filtro sócio-cultural, bastante ligado ao modelo de mundo de viés judaico-cristão (mal compreendido, obviamente...) percebe-se uma super valorização do pensamento empático e do entregar-se ao sofrimento em prol do bem estar do outro.
É bastante comum que se esqueça de que estar em todas as posições, em contextos diversos, é algo valioso e adequado. 
Estar em primeira posição (Eu) e marcar território, ser assertivo e proativo terá impacto muito importante em vários contextos. Como seria possível chegar onde se quer, concretizar metas, sem essa competência psíquica? Entrar em segunda posição (Outro) colocar-se "dentro dos sapatos" dos que estão ao seu redor será fundamental. Essa é a base da empatia, da sintonia e do rapport. O mesmo podemos dizer sobre a terceira posição (Observador) na qual, em algum momento, pode-se ter isenção e, assim, uma apreciação com maior administração emocional. Estar "de fora", colocar-se como um terceiro, é essencial para se compreender situações de conflito, por exemplo. 
De fato vivemos num dinamismo constante, passeando pelas três posições. 
Entretanto, viver aprisionado numa única produz problemas bastante sérios. 
As consequências negativas para o engessamento de alguém na posição do Eu, por exemplo, é bem evidente. Essa cristalização pode trazer comportamentos egoístas no sentido do individualismo solipsista - ou seja, pensa-se "- o Outro não existe e por isso não me importo com nada daquilo que ele vive ou sente." 
Já aquele que vive a experiência de estar preso na posição do Observador, pode se tornar muito frio e pouco envolvido nas questões relacionadas à convivência.  
Mas, em função de ideias distorcidas oriundas da religiosidade, que notadamente fomentam estados de culpa por não se ser "bom - boa" e o medo de errar, pode ser costumeiro alguém ficar preso na posição do Outro e ter sérias dificuldades em alcançar objetivos pessoais e profissionais pois abre mão de seus sonhos, desiste de ser como é e, consequentemente, anula-se para que o outro seja feliz.
Na interpretação do Niilismo a partir de Nietzsche nega-se a vida no mundo real, aquela que é, em função de uma vida além, idealizada, na qual se será premiado(a) por se ter sido fraco, incapaz e/ou altruísta. 
Isso pode ser uma das causas da Síndrome do Ninho Vazio.
Quem sofre desse mal inexoravelmente se verá num turbilhão de questões como:
"E quando todos os que ajudei forem embora? E quando não estiverem mais comigo aqueles a quem ofertei minha vida, aos quais dei de mim deixando de lado minhas metas e valores? O que farei com quem sou?"
Sobre esse tema dei entrevista no Jornal da Manhã, Rede Bahia (Globo). 


E você? O que acha? Que tal dar sua opinião?
Caso queira que eu aborde algum tema específico no Jornal da Manhã sugira escrevendo para jm@redebahia.com.br. Será um prazer para nós também contar com sua colaboração, observações, sugestões, dizendo o que acha de nossas entrevistas no programa.


Abraços!
Kau Mascarenhas

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