terça-feira, 21 de julho de 2015

DO SEU PRÓPRIO JEITO

MODELAGEM É PERDA DE AUTENTICIDADE?
(texto de Kau Mascarenhas)

"Quero ser tão criativo como Walt Disney."
"Quero ter a capacidade de processamento mental de Albert Einstein."
"Quero descobrir as estratégias de fluidez literária de Jorge Amado."
Saiba que isso é possível. Descobrir os padrões de pensamento e estruturas linguísticas internas e externas dos gênios é algo que pode acontecer sem que haja qualquer necessidade de se perder a própria identidade.
A partir de uma metodologia altamente eficaz, a PNL - Programação Neurolinguística - trata da modelagem, ou seja, a identificação de padrões de excelência de pessoas que conseguem muito sucesso naquilo que fazem.
Quando falo sobre esse tema em minhas palestras ou cursos é comum ouvir da audiência algumas dúvidas em relação à possibilidade de se perder o modo próprio, a autenticidade, quando se faz a reprodução dos comportamentos ou linhas de pensamento de alguém.
Admito que essa é uma questão absolutamente natural, e que reflete um medo genuíno: o de ser a cópia de um outro alguém perdend-se de si mesmo.
O arremedo de uma pessoa de sucesso é admirado quando ele se propõe a ser exatamente isso, uma caricatura. O modelo é homenageado quando um comediante hábil em fazer imitações destaca e reproduz os maneirismos de uma celebridade. E nós rimos com isso, além de reconhecer o talento dessa pessoa.
"Nossa! Como ele é bom em imitar o Sílvio Santos!" Ou a Dilma, ou o Faustão, ou o Roberto Carlos.
Entretanto, quando se trata de fazer um trabalho e querer obter sucesso numa área, e se utilizar exageradamente dos aspectos que marcam o ferramental de comportamento, seja na linguagem verbal ou não verbal de alguém muito bem sucedido, a ideia que vem na audiência é outra.
Ao contrário, o que se sente é uma sensação negativa relacionada à certa indignação, mesmo que pequena, por se reconhecer que há algo mais do que uma simples absorção e reprodução de padrões, e sim uma espécie de cópia.
É algo absolutamente compreensível que tenhamos referências para a realização de um trabalho, tanto em conteúdo como em processo.
Costumo dizer que meu trabalho como palestrante, facilitador e professor abraça competências que desenvolvi coletando particularidades que encontrei em grandes nomes como José Medrado, Djalma Argollo, Clóvis de Barros, Eduardo Carmello, Mário Sérgio Cortella e tantos outros queridos e grandes professores, cujos trabalhos inspiram muitas milhares de pessoas e não apenas a mim.
Quando escrevo, de certo modo, igualmente estou usando incontáveis padrões dos inúmeros livros e artigos que já li, de autores que admiro e respeito.
Vemos nas telas de um bom artista a demonstração inequívoca dos traços dos seus inspiradores, e isso não diminui seu valor.
Ouvimos numa entrevista de um grande cantor ou compositor o relato de uma lista de outros músicos que o precederam e que serviram de modelo para seu trabalho. Essa constatação não soa como algo que o desmereça mas como uma humilde deferência à excelência dos seus mestres.
O mesmo acontece para outras áreas como oratória, literatura, e até mesmo para vendas, liderança, coaching e psicoterapia.
Em muitos momentos quando atendo pessoas individualmente - em minha atividade de coach - lembro de fazer como fazem grandes professores que tive, como Ricardo Melo e Káritas Ribas. 
Aprendizado é isso, incorporar capacidades. Criatividade é isso, saber usar o que já foi feito de forma nova. Ai de quem pensar que só tem valor aquilo que é absolutamente inédito, que não tenha nenhum traço de absolutamente ninguém que tenha feito algo parecido.
Evolução, no fundo no fundo, é também isso: ser capaz de se encantar com a excelência naquilo que alguém faz e trazer para si, incorporar um pouco do modo do outro, das estratégias do outro.
Na série de livros "Estratégias da Genialidade", Robert Dilts, grande nome da PNL nos traz uma visão interessante sobre esse ponto. O autor se debruça sobre o legado de grandes nomes como Leonardo da Vinci, Mozart, Einstein, dentre outros para 
Contudo, além dessa história de apreensão e adaptação, vem com toda a força o nosso jeitão, a competência em fazer da nossa maneira.

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Kau Mascarenhas é palestrante empresarial na área de Desenvolvimento Humano, Liderança, Comunicação e Relações Interpessoais. É colunista convidado do Jornal da Manhã, TV Bahia, para tratar de assuntos relacionados a comportamento humano. Tem formações em PNL e Coaching. É escritor e ilustrador. Sócio-diretor do Instituto Pro-Ser. Autor do livro "Mudando para Melhor" e do curso digital PNL-Plus.








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