quinta-feira, 8 de abril de 2010

26 - MOMENTO DE PLANAR ou RESERVEI QUATRO LIVROS PARA LER NAS FÉRIAS E SÓ LI TRÊS... PÁGINAS


FOTO: Kau Mascarenhas / aves do lago em Massachusetts - EUA



Momento de Planar
ou
Reservei Quatro Livros para Ler nas Férias e Só Li Três... Páginas!
(de Kau Mascarenhas)






Os pássaros têm uma grande vantagem em relação aos seres humanos: sabem qual o momento adequado para bater asas ou para planar.


Nós ocidentais, sobretudo, costumamos acreditar que agitar-se bastante é a única fórmula para alcançar aquilo que queremos e subir às alturas do que chamamos de felicidade. Será?


A primeira vez que me ocorreu refletir sobre esse tema aconteceu quando conversava com a minha querida amiga Magaly Evangelista, atriz e conferencista, com formação completa em Programação Neurolinguística.


Falávamos sobre o esforço que alguns empregam no sentido de alcançar seus resultados e que, em muitos momentos, não surte efeito. Às vezes isso se dá justamente porque fazem esforço.


Hummm... Pode ser que você esteja se perguntando se estou aqui fazendo apologia da Lei do Menor Esforço, e quem sabe, eu seja uma espécie de Jeca Tatu pós-moderno, personagem de Monteiro Lobato que apregoava, por exemplo, a falta de necessidade de fazer uma quarta perna para um banquinho, já que apenas três permitem o equilíbrio.


Confesso a você que me pego às vezes cheio de dúvidas quanto ao sentido da palavra “esforço”. E pode ser que todos nós ainda tenhamos vários programas antigos sobre ela, e bem negativos, rodando em nosso computador cerebral desde a infância:


“Dinheiro não dá em árvores.” / “Deus ajuda aquele que cedo madruga.” / “O trabalho dignifica o homem.” / “No pain, no gain.” (“Sem dor, sem ganhos.”) / “Sucesso só vem antes de Trabalho no dicionário.” / “Laranja madura na beira da estrada tá bichada.” / “Veio fácil, vai fácil.” / “Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto.”


Essas e outras crenças, que em sua maioria são instaladas na mais tenra idade, acabam fazendo com que nós acreditemos no esforço, na dor, e até no sofrimento como causas diretas do sucesso na vida.


A última das citadas acima, uma orientação cristã, tem muito mais a ver com a responsabilidade de sermos criadores da nossa própria sorte do que com a necessidade do esforço para se obter resultados.


Talvez fosse interessante lembrar que o próprio Jesus também nos orientou a olhar os lírios do campo e aprender com eles: “... não trabalham e nem fiam. No entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda a sua glória se vestiu como um deles.”
Os lírios não se preocupam com o dia de amanhã, nem se esforçam para crescer no campo. Apenas crescem.


Pois é... escolheremos dos mestres as lições que quisermos e com elas faremos nossos lemas de vida.
É mais fácil entender a opção de planar quando estamos cansados, entediados ou doídos com algo a que nos dedicamos.


Entretanto, o que fazer quando nosso trabalho corresponde igualmente a um enorme prazer? Quando não sentimos que fazemos esforço mas nos dedicamos, dispensando muito tempo e energia ao nosso labor sem nos darmos conta de que estamos exagerando?


Faz aproximadamente quinze anos, conversando com minha amiga-irmã Inês Cozzo, especialista em neurobusiness e neuroaprendizagem, elucubrávamos sobre esse ponto. Vivíamos àquela época uma realidade parecida que era aceitar uma carga de trabalho excessiva por conta de obtermos na profissão uma grande satisfação pessoal. Estudávamos juntos num curso a linguagem hipnótica de Milton Erickson e o valor das metáforas, sob a forma de contos e fábulas, no disparo de soluções para os inúmeros problemas da alma humana.


Criei, então, para ela, e para mim também, obviamente, a história que intitulei de “A Rainha e Seus Tapetes”:


Era uma vez uma rainha que gostava muito de fazer tapetes de diversas cores e formatos. O rei ficava preocupado pois achava que a rainha se desgastava muito fazendo aquilo. Mas não a impedia já que aquela atividade tanto a alegrava. Enquanto trabalhava, ela não sentia o mínimo cansaço. Mas, depois, percebia que havia se excedido.
Um dia a rainha teceu tanto, tanto... correram as horas e o dia virou noite, e a noite virou dia, e ela tecia e tecia sem parar até perceber que suas mãos, de repente, haviam se recusado a continuar trabalhando. Estavam paradas, sem qualquer movimento.
A rainha olhou para elas e disse: “vocês são minhas e precisam me obedecer!”
No entanto, suas mãos continuavam imóveis.
Tristonha, a rainha respirou fundo e pediu que sua fada madrinha viesse para socorrê-la.
Não esperou muito tempo. Logo, logo, a fada entrou pela janela do castelo sob a forma de uma bela pombinha branca. Assim que pousou em uma de suas mãos, disse:
- Eu também, sob a forma de ave, vivo no chão recolhendo o milho que me alimenta, e isso me agrada muitíssimo. Mas para voar e ficar perto do céu, preciso relaxar meu bico.
Quando atuo com o bico, relaxo as asas. Quando bato minhas asas, relaxo o bico. E isso me faz ser feliz, descansando e fazendo o que é importante fazer, nos momentos certos.


E foi assim que a rainha descobriu que suas mãos também são pombas, e querem ter seus momentos de voar. Sua libertação começou naquele instante...
Sempre releio esse meu texto e ele me sacode muito para aprender com as aves.

FOTO: Kau Mascarenhas / gaivota em Florianópolis

Opa! Era justamente sobre planar e bater asas este artigo.


Falar sobre o movimento ascendente-descendente das asas e sobre o instante em que elas ficam abertas e paradas também me remete ao trabalho de Domenico de Masi.
O sociólogo italiano, autor do famoso livro “O Ócio Criativo” diz, veementemente, que nunca jogou tempo fora. Quando fala sobre ócio não está pregando a indolência ou a preguiça vazia, mas lançando uma nova visão em que trabalho, jogo e aprendizado se integram, coincidem. Um tripé perfeito para nossas atividades, e nossa vida como um todo.

Passeando pelos seus conceitos percebemos que demos tanta força ao trabalho, às tarefas que nos absorvem o tempo, que acabamos confundindo o papel de pessoa que trabalha com nossa própria identidade. Nós não somos nossos papéis profissionais.

É da minha amiga Inês Cozzo, citando-a mais uma vez, uma experiência em que ouvia pessoas se apresentando num evento:
- Eu sou Antônio da Silva, engenheiro, da Petrobrás.
- Eu sou Maria de Souza, advogada, do Bradesco.
- Eu sou Manoel Ferreira, gerente de RH, da Vale.
E ela, espirituosa e sagaz, disse a seguir:
- E eu sou Inês Cozzo, de mim mesma. Muito prazer.

E você? Consegue se perceber sendo mais que o bater das próprias asas?

Há pessoas que dizem trabalhar porque precisam, necessitam, vêem o trabalho como algo obrigatório. Nas leis ele aparece como um dever cívico; na religião como uma imposição divina. Nesses casos são usados, verbal ou mentalmente, como definidores da atividade profissional ou do serviço voluntário (pois também se trabalha sem remuneração, lógico), palavras que “empurram” ao invés de “convidar”. São os operadores modais de necessidade: dever, ter que, é necessário, é obrigatório, é preciso, por exemplo. Produzem desmotivação. São palavras que foram ouvidas por nós inúmeras vezes quando, desde a infância, éramos instados a deixar aquilo de que gostávamos para fazer aquilo que não estávamos querendo no momento:

“Menino, já pra casa! Você tem que tomar banho e ir pra escola!”
“Menina, saia da frente da TV porque você precisa estudar para a prova!”

Você imagina por quanto tempo fomos programados para resistir a essas palavras?

Elas trazem efeito diametralmente oposto ao dos operadores modais de possibilidade, que em nossa neurologia atuam como propulsores, energizadores e estimuladores: prazer, gostar de, ter vontade de, perceber a importância de, e querer, por exemplo.

Perceba a diferença entre as duas frases a seguir num processo de diálogo interno:
1- “Preciso terminar o relatório para entregá-lo amanhã. Tenho que terminar. É minha obrigação fazê-lo.”
2- “O prazo máximo para a entrega do relatório é amanhã. Quero entregá-lo no prazo. É muito importante para mim. Ficarei muito contente quando fizer isso.”


Qual das duas você considera mais motivadora?

Trabalhar por necessidade acaba sendo muito mais cansativo e tendo caráter sacrificante, do que trabalhar com prazer. Nada de novo; bem óbvio.


Entretanto, posso me encontrar motivadíssimo para fazer algo, sobretudo sendo um trabalho criativo, e nesse ponto especificamente residir um grave problema.


Aqueles que lidam com arte, desenvolvimento humano, ou atividades em áreas diversas que tragam para si um prazer gigantesco, podem ter essa motivação toda como uma ameaça a sua harmonia com outras áreas relacionadas à felicidade, como a própria saúde física e emocional.

Posso gostar tanto de bater as asas que me esqueço de respeitar meu tempo, meu corpo, meu sono, meu lazer, meus relacionamentos. Esqueço de planar.


Não sei exatamente como foi que aconteceu mas, depois de uns sete anos sem um período longo de descanso, resolvi tirar férias mais extensas e planei. Do final de dezembro ao final de fevereiro. E posso dizer que ainda estou, mesmo agora em abril, num ritmo diferente daquele que eu tinha como habitual.


Reservei quatro livros para ler durante os dois meses. Li apenas três... páginas!

Fiquei mais tempo com amigos importantes.

Assisti a novelas na TV de mãos dadas com minha mãe, inúmeras vezes.

Intensifiquei meus treinos na academia de ginástica.

Dormi tarde. Acordei tarde; muitas vezes sem despertador, quando meus olhos quiseram se abrir.

Assisti a bons filmes em DVD, sozinho em casa, saboreando um cálice de Cabernet.

Fui sozinho ao cinema.

Fui acompanhado ao cinema.

Jantei e almocei com pessoas queridas.

Fui com amigos ao teatro.

Deixei de responder emails com a mesma brevidade de antes.

Revi pessoas importantes e conheci outras que farão parte de minha vida mesmo à distância.

Vivi histórias fortes. E reconheci o valor das histórias mansas.

Reduzi minha participação em nossa rede social Ning e demorei a dar retorno para os scraps do Orkut.

Andei na praia. Corri no calçadão da orla. Respirei mais. Conheci mais a meu próprio respeito.

Vibrei com o Carnaval soteropolitano. Brinquei e dancei por 4 dias cercado de alegria, música e confetes, acompanhado de amigos muito animados, me divertindo como nunca havia feito antes.

Passei cinco dias em Buenos Aires com Ângela Simões, amiga muito amada, psicóloga junguiana. Rimos e conversamos muito durante nossa estada na capital argentina.


No avião, retornando para o Brasil, eu a vi na poltrona ao lado lendo vorazmente um livro que havia levado, e eu nem sequer abri o meu. O melhor de tudo nesse instante: não surgiu nenhuma culpa.

Em outros tempos eu sentiria. Viajar e não ler nada no avião? Impossível. Dessa vez, fiquei ótimo.

Porque será que alguns sentem tanta culpa quando não estão fazendo algo, lendo, ou produzindo? Poderíamos simplesmente estar ali aprendendo de outras formas. Ou nos divertindo. Isso é difícil de aceitar? Será que a vontade de ser amado está vinculada a produzir, dar, criar, fazer, e quando estamos simplesmente vivendo o presente, saboreando o simples prazer de existir, ficamos nos sentindo menores ou piores, ou com receio de não sermos mais queridos por nossos queridos?

Foi justamente Ângela quem, “por acaso”, me apresentou o livro “O Poder do Agora” de Eckhart Tolle quando comentei que estava escrevendo esse artigo sobre “planar”.

Por “acaso” almoçamos juntos e eu conversava sobre essa fase de “parada pra balanço” que eu estava vivendo. Ela então me expôs a importância das idéias contidas no livro, que traziam algo bem próximo aos pontos que eu estava abordando.

Huummm... prepare-se, vou citar a Inês de novo. Foi através dela que conheci a frase: “Acaso é o nome que Deus usa quando não quer assinar uma de suas obras”.

No dia seguinte, na sessão de auto-ajuda de uma grande livraria (por sinal, exatamente onde está meu próprio livro “Mudando para Melhor”, Ed. Altos Planos) encontrei um exemplar deste best-seller que até hoje já vendeu mais de 5 milhões de cópias em todo o mundo.
Embora já tivesse recebido recomendações de outros amigos que são fãs do livro, só agora eu estava preparado para lê-lo. Agora eu tinha mais poder para compreender o poder do agora, até mesmo porque tinha vivido cerca de dois meses planando, vivendo o presente.

Viver o Agora de Tolle tem a ver com o ócio criativo do De Masi e com o meu planar nesse momento.

Somos tão acostumados a fazer, como diz Tolle, que até o pensar se torna uma compulsão, uma doença, um vício.

É um grande desafio, portanto, conseguir o instante meditativo em que nossa mente zera, no qual nos convertemos em observadores de nós mesmos, e em que não há julgamento de qualquer natureza. Seríamos “sentidores” e não “pensadores”. Meu WORD acusa a não existência da primeira palavra sublinhando-a com um tracinho zigzag vermelho. Mas o verbete “pensadores” aparece normal, lépido e fagueiro.

Para nós pensar é conhecido e aceito até pelo laptop, e há uma palavra em nosso idioma para quem pensa. Até na arte Rodin a representou divinamente. Para quem sente, não há palavra. “Sentidor” é neologismo. E “sentimental” não define a idéia que aqui estou explorando. É outra coisa.

Não é que pensar seja ruim, pelamordedeus! Nosso neocórtex, que ajuda demais nesse processo, super-upgrade que nosso cérebro recebeu na estrada evolutiva, é um presente fantástico e não podemos ser ingratos com a natureza. Apenas advogo uma possibilidade de deixar a mente em quietude de vez em quando.

Exemplificando: é ótimo saber que minhas pernas andam, se movimentam, pulam, dançam. Mas quando vou assistir a um filme no cinema gosto de ter a opção de aquietá-las. Guardando todas as devidas proporções e lembrando que se trata apenas de uma metáfora, se posso fazer isso com as pernas, porque não posso tentar fazer o mesmo com minha mente? O que será que nos faz achar tão impossível mergulhar num estado de vazio mental?

Provavelmente ainda seguimos a máxima de Descartes que associa o pensar a nossa própria vida: “Penso, logo existo”. Esse condicionamento é tão forte que acaba sendo considerado uma condição vital.

E se tivermos alguns instantes, por mais breves que sejam, em que nossa mente esteja em repouso? Deixaríamos de existir por conta disso?

Entrar na dimensão meditativa da “mente vazia”, como dizem os orientais, pode representar um caminho novo. Será visto, por alguns, como falácia ou utopia. Para mim, entretanto, é um convite a fazer a mente planar por algum período.

O nosso medo do “nada” acaba sendo um perigo ao “algo”.

Se formos observar, a música só acontece porque existe espaço vazio entre as notas. As pausas são fundamentais à harmonia e ao equilíbrio. Um pensamento japonês antigo nos lembra que a virtude de um vaso é justamente o seu vazio. Nossa estrutura física é construída mais com pausas e faltas do que com elementos sólidos, se considerarmos que qualquer corpo material, observado de forma gigantescamente ampliada, é mais composto de “nada” do que de “algo”. Os átomos são cheios de vazios. Muito mais vazios do que cheios.

E o que fazer quando somos assaltados por idéias, pensamentos, julgamentos, medo, culpa, mágoa ou ansiedade, justamente nos instantes em que queremos o vazio da mente?

Quem nos dá uma boa resposta para essa pergunta é Robert Dilts, um dos maiores nomes da Programação Neurolinguística na atualidade, e um dos conferencistas mais carismáticos que já conheci, num seminário em Campinas há alguns anos, em que desenvolvia a idéia de estar no Presente.

“Nossa mente é sábia e quer o melhor. Ela aprendeu que pode ir para o passado e para o futuro quantas vezes quiser, e viver ou reviver todas as emoções relativas ao que já aconteceu e ao que ainda vai surgir. Só há uma dimensão em nós que, inegavelmente, está o tempo todo no Presente: o corpo. Ele pode ser a chave para viver o agora.”
Após explanar a idéia, Dilts nos convidou a fazer uma experiência em que sentiríamos mais atentamente nossa respiração, e cada uma das sensações inerentes ao nosso arcabouço físico. Prestando atenção de verdade a tudo o que sentimos, desde o toque da roupa em nossa pele, à sensação de segurança e equilíbrio em estar de pé, com os pés bem apoiados no chão, podemos nos abstrair dos tempos que não temos, passado e futuro, e nos apropriar do tempo real, o presente.

Ampliar nossa percepção do que acontece no aqui-agora permite sair das dores relacionadas às coisas que já aconteceram e da ansiedade, ou medo, relativo a algo que ainda não chegou. Isso também representa um bom caminho para a paz.

Quem sabe seja no nada e no vazio que temos a possibilidade maior de promover nosso encontro com Deus? Seria, portanto, o vácuo mental uma porta mais verdadeira para a oração? Meditar e orar poderiam se aproximar, não por identificação absoluta, mas por que uma pode ajudar a produzir a outra? O nada fazer, e o zero-mental, poderiam ser uma forma de encontrar o Criador?

Ajude-me a encontrar as respostas. Eu não as tenho.

Mas posso dizer a você que planei, e encontrei mais tranqüilidade que em muitos momentos de busca alucinada e desenfreada por paz – que era em si um grande paradoxo.

Planei quando nada fiz, e acabei me abastecendo de muita energia para todo o fazer dos próximos meses. Certamente, será diferente a partir de agora, pois saberei reservar pequenas brechas em minha agenda, diariamente, para doses homeopáticas de vazio.

Planei quando disse “não” a alguns convites para atividades profissionais ou filantrópicas, respeitando mais o que minha alma pedia naqueles momentos.
Planei sim. E se agora esse artigo está diante dos seus olhos pode ter certeza que este já é um doce fruto das sementes do “nada” que plantei ao longo dos últimos meses.
Então, para quem está trabalhando em excesso, planar pode ser descanso e diversão. Para quem pensa demais, planar pode ser sossegar a mente. Ou seja, mudar padrão. Puxar um pouco o freio... ou pelo menos desacelerar. O que seria planar em sua vida?
Planando no trabalho:
Mesmo que você trabalhe 5 dias por semana, das 8:00 às 18:00, é possível reservar um tempo para o vazio. Algumas pessoas tiram minutos para fumar ou tomar cafezinho. Você pode reservar de tempos em tempos uns breves minutos para estar consigo, abstraindo-se do ambiente ou tornando-se observador dele, e de si mesmo. Concentre-se em si, em tudo o que seu corpo está sentindo, na própria respiração, no que está ouvindo interna e externamente.

Se ocorrer algum diálogo dentro da mente, ao invés de combatê-lo, observe-o. Saboreie o planar com todos os seus sentidos.


Planando na vida:
Na sua semana, no seu mês ou no seu ano, reserve o seu tempo de estar com absoluta liberdade para saborear o presente. Reserve um tempo em que o prazer de viver seja a estrela do seu filme.

Garanta momentos, que podem ser minutos, horas ou dias, a depender do caso, para apenas viver. E só.

Isso pode ser feito também no dia-a-dia imaginando que pode juntar o trabalho com o lúdico e o aprendizado. Nos cursos de PNL que ministro ao lado da minha amiga-irmã e colega Liane Pinto, psicóloga e consultora em desenvolvimento humano, fazemos com que nossas aulas sejam muito animadas e repletas de estados diferenciados.

Isso não acontece apenas porque queremos ser bem sucedidos no processo de comunicação, mas porque também nos sentimos abastecidos quando nos divertimos enquanto atuamos. É muito bom estar em sala de aula, desenvolvendo um ambiente de aprendizado favorável para os grupos, pilotando a experiência com alguém que tem bom-humor, e Liane é fantástica nesse sentido. É muito importante estarmos certos de que Saber e Sabor estejam casadinhos.

Outro ponto valioso: sempre aprendemos com os participantes dos nossos cursos. O tempo todo.

Concordo com De Masi, portanto. Com os três apoios esse é um banco perfeito para sentarmos: trabalho + ludicidade + aprendizado.

E em alguns casos, com a cautela adequada, que tal dizer não a alguns trabalhos para ficar apenas sendo feliz consigo mesmo?


Planando na Vida afetiva:
Você está há muito tempo se esforçando para conseguir a atenção de alguém que ama? Você escreve muito e não obtém resposta? Você dá muitos presentes e mal recebe um “muito obrigado”? Você ensina muito e nada recebe em troca? Oferece demais e não vê retorno? Que tal planar? Desvie sua atenção para outras direções. Cuide mais de si e sinta prazer em ser quem é.

Tome conta do seu jardim e as borboletas, depois, chegarão, disse Mário Quintana.

Convido você a ser sábio como os pássaros e a planar também. Para quê tanto esforço? Saiba exatamente quando é o momento de flutuar, pura e simplesmente, e quando é importante bater as asas. Perceba que cada um desses períodos pode representar minutos, horas, dias, semanas ou meses.

Eu estou apenas começando a me dar conta disso tudo. E você?
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Saiba mais sobre:


Curso Básico de PNL – Programação Neurolinguística: Esse curso que realizamos é o início da formação Practitioner em PNL. Aberto a qualquer pessoa com mais de 18 anos que busque aprender, crescer e mudar, queria mais força para alcançar seus objetivos e maior felicidade na vida. Informações: www.kaumascarenhas.com.br


Kau Mascarenhas: conferencista e consultor em desenvolvimento humano, atuando em diversas cidades do Brasil e dos Estados Unidos / autor do livro “Mudando para Melhor”, Ed. Altos Planos e do cd “Vida Nova”. kaumasc@yahoo.com.br


Inês Cozzo: www.taiconsultoria.com.br / psicóloga, especialista em neurobusiness e neuroaprendizagem, consultora em desenvolvimento humano. Autora dos livros: “Neuroaprendizagem e Inteligência Emocional”, Ed. Qualitymark, e “Abordagens Alternativas em T&D”, Ed. ABTD.


Liane Pinto: psicóloga, conferencista, consultora em desenvolvimento humano / faz palestras em todo o Brasil e no exterior, com várias abordagens como PNL, Somatic Experiencing, Biosintese dentre outras. lianesppinto@hotmail.com


Magaly Evangelista: atriz e conferencista em desenvolvimento humano / co-criadora do Curso Proscênio de Teatro com PNL, indicado para pessoas com fobia social, comportamentos tímidos e stress. magalyevangelista@uol.com.br


Ângela Simões: psicóloga junguiana, professora no curso de pós-graduação em psicologia analítica, palestrante. Contatos:
angela.simoes@terra.com.br

FOTO: Kau Mascarenhas / gaivotas em Florianópolis

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