terça-feira, 26 de agosto de 2014

RELACIONAMENTO: MAREMOTO OU CALMARIA?



Como está o mar do seu amor?
(Texto e ilustrações de Kau Mascarenhas)


Cada ser humano é único, uma individualidade encantadora por ser singular. 
E o coração de uma pessoa é totalmente diferente dos corações existentes ao seu redor, inclusive o do seu par amoroso.
Aquilo que vale para um pode não valer para o outro.
Os meus pais para mim foram sempre um exemplo de como pessoas muito diferentes podiam estar juntas. Ele, hiper tímido e quieto, ela absolutamente elétrica e vivaz. 
Na comunicação do meu pai, entretanto, havia às vezes algumas explosões emocionais quando eventualmente brotavam discussões. E para ela a forma de lidar com as confusões era apaziguar, contemporizar, acalmar e acolher.
E o que eu aprendi com eles? Amor também se demostra com respeito.
Há diferenças cruciais na forma como se entendem as maneiras de ser feliz e eles não consideravam diferenças como defeitos.
E por isso os maremotos não precisavam durar muito tempo.
No âmbito dos relacionamentos é impressionante a pluralidade de compreensão do que é uma vida a dois satisfatória ou plena. 
Já estive em contato com pessoas que adoram viver de forma tranqüila às suas relações, enquanto outras gostam de um certo agito. Para elas, tumultos são bem-vindos. 
Há aqueles que dizem gostar de uma forma de se relacionar mais suave e não entendem porque se envolvem em complicações constantes, brigas, discussões. 
Normalmente quando algo se perpetua, se mantém indefinidamente mesmo sendo considerado ruim, cabe fazer uma pergunta: quais os benefícios (ganhos) que você tem quando permite que isso ainda ocorra? Normalmente são ganho inconscientes. 
Subpersonalidades nossas, lá na sombra de nossa alma, ainda acreditam que haveria perdas com a mudança e não estão dispostas a arriscar. 
Há crenças que vigoram na vida infeliz de certos casais como "ruim com ele, pior sem ele", ou "melhor não trocar o certo pelo duvidoso", e ainda "já estamos juntos há tanto tempo, não há como mudar." 
Trazer essas convicções à consciência pode representar o primeiro passo. 
Lembre sempre: uma crença é muito hábil em assumir o disfarce de verdade. Flexibilizá-las será fundamental para mudar essa realidade e buscar uma convivência mais feliz para ambos.
Mudar uma crença é um grande passo para a mudança de um comportamento.
Será fantástico quando os dois se comprometerem a construir uma relação feliz em vez de apenas querer ter a razão. 
Sempre recordarei do quanto era bonito ver meus pais depois de uma discussão sentarem juntos no sofá e conversar de mãos dadas. Queriam de verdade se entender e não vencer o debate.
Logo após percebia os dois abraçados vendo a novela sorrindo.
Provavelmente você, assim como eu, sabe o quanto é doloroso viver ao lado de alguém que só tem certezas e não abre mão delas. 
É bom observar também que maremotos, violentos à primeira vista, podem ser importantes para fazer surgir algo oculto. 
Inocentes calmarias, por sua vez podem ocultar corações sangrando em silêncio.
As relações acabam sendo um oceano que se transforma o tempo todo com o dinamismo das marés, dos ventos… Aproveitemos cada uma de suas manifestações.
E será decisivo que no barco os dois remem em absoluta sintonia, e no melhor ritmo para ambos.

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