O preço que pagamos pela vida que
queremos viver
(Kau Mascarenhas)
Quando alguém me pergunta o
porquê de meus cursos e seminários terem os preços que têm sempre me vem mentalmente
uma questão: o que faz essa pessoa não
ter condições para criar seu próprio caminho a uma vida mais feliz? Talvez o
mais interessante seria a própria pessoa perguntar a si mesma qual a razão de
não ter os recursos que poderiam lhe dar passaporte para as realidades que
deseja.
Ideias como “isso custa caro” ou “nunca
poderei pagar por isso”, já são pensamentos automáticos que surgem sem que se possa
controlar. Sua mente já está habituada a julgar a realidade como algo que não
pode ser alterado a menos que o mundo mude, tornando-se mais fácil, ou mais
barato, ou mais acessível.
As coisas não são caras ou
baratas, elas têm o valor que têm e nós podemos ou não pagar por elas. Ou
melhor, queremos ou não queremos, priorizamos ou não priorizamos. Portanto se
há algum problema ele não reside nos preços das coisas e sim na capacidade de
alguém de pagar por isso, e no valor que dá a essa coisa. Será que realmente se
está querendo isso o suficiente?
Costumo pensar no quanto uma
coisa vale e não apenas no quanto ela custa. E se ela vale, coloco meus
recursos à disposição para alcançá-la. Inclusive os recursos não materiais
como, por exemplo, a criatividade.
Lembro-me de quando estava com
uns vinte e poucos anos, tinha limitações financeiras e não podia comprar os
livros de que necessitava. Fiz uma lista e entreguei aos meus amigos e parentes
dizendo que em meu aniversário gostaria que fossem em minha casa e me dessem
apenas livros, seguindo a mesma estratégia dos chás de bebê.
Ao invés de reclamar da vida ou
de questionar o dono da livraria em razão dos preços, procurei uma alternativa,
uma estratégia, e obtive aquilo de que precisava. Trinta livros se fizeram da
noite para o dia em minha estante e eu, feliz da vida, os fiquei admirando, folheando
e cheirando (adoro cheiro de livros novos... coisa que minha biblioteca virtual
no IPad ainda não me oferece).
Para obter esse objetivo tive que
igualmente pedir licença à vergonha e fui capaz de revelar minha situação
econômica e dizer para meus convidados que precisava desses títulos, e seria
muito bom se cada um deles fizesse a gentileza de escolher um ou dois para me
dar de presente.
Muito do que sou hoje devo a esse
jovem que fui, lá no passado, que sempre procurava driblar as adversidades para
chegar onde queria.
E você? Qual o preço que você dá
aos seus objetivos?
Qual o valor que você dá àquilo
que busca, que quer, que traçou como sendo importante em sua vida?
De que você está disposto a abrir
mão quando quer alcançar alguma coisa?
Em meu trabalho ajudando pessoas,
seja nos cursos, palestras e seminários, ou nos atendimentos individuais de Coaching,
procuro levar os clientes à percepção de que são os grandes construtores dos
próprios destinos.
Não há como ficar perdendo tempo
procurando causas externas para a situação que se vive. A percepção de que
somos parte do problema é o meio mais eficaz de se encontrar a saída para as
armadilhas que nós mesmos construímos e nas quais caímos. Isso é o que se chama
de protagonismo: ter a própria vida nas mãos.
Jim Rohn tem uma frase
maravilhosa sobre isso: “Biografia não é destino. Biografia é o que escrevemos
até hoje. Destino é o que começaremos a escrever sobre nós a partir de agora”.
Será que você já disse ou já
ouviu frases como:
“Vivo assim porque sofri muito no
passado, por causa dos meus pais.”
“Minha esposa não me compreende e
perturba demais a minha vida, por isso sou estressado.”
“Meu marido não me dá atenção,
não me respeita, por isso vivo infeliz.”
“Meu chefe é um monstro e faz o ambiente
de trabalho ser um inferno. Sempre quer ter razão e nunca me escuta.”
Sempre haverá a tentação de dizer
coisas que apontam para fora de nós os causadores dos problemas, e é muito
fácil manter esse tipo de pensamento. Digo mais, esse modelo mental é viciante.
Qual o preço que você está
disposto a pagar para sair das situações em que se encontra, e ter a vida que
acredita que merece?
Para obtermos algo abriremos mão
de algo. Tendo coragem de pagar o preço e dizer “não” a algo que não mais
queremos poderemos dizer “sim” a algo que nos fará mais contentes.
Os seus pais não fizeram nada de
ruim para você; eles apenas foram os melhores pais que podiam ser.
Sua esposa oferece o que pode, e
vive da forma como pode. O que ela faz não tem a intenção precípua de tornar
sua vida mais difícil.
Seu marido não pode ser do jeito
que você gostaria que ele fosse. Não é possível querer que uma pessoa
transforme-se em outra para que sua vida seja feliz. E isso não vai acontecer,
acredite.
Seu chefe não é um monstro. Ele é
alguém que tem dificuldades; e você também tem as suas. Uma delas é a de
encontrar uma ponte de contato que o aproxime e estratégias de comunicação que
favoreçam a exposição das suas ideias a ele.
Quando lembramos que somos o
único terreno em que podemos plantar sementes de transformação, aí é que as
coisas podem começar a acontecer.
Na vida tudo tem um preço e cabe
a nós saber se temos vontade suficiente para encontrar os recursos e fazer o
que precisa ser feito para pagar por aquilo que de fato queremos.
Carreiras como psicoterapia,
coaching, consultoria individual, filosofia clínica e aconselhamento, ou mesmo
os trabalhos de treinamentos que se fazem em empresas acabam sofrendo com isso.
Há pessoas que não entendem o valor dessas atividades já que elas não são
elementos concretos, nem sempre são produtos objetivos e tangíveis que possam
ser pesados e medidos.
Mas com certeza - isso eu sei -
podem fazer total diferença na vida de muita gente. Quando aceitamos o desafio de fazer uma caminhada que nos aponta para o mundo de dentro conseguimos lidar com as dificuldades do mundo de fora; conhecendo melhor quem somos também saberemos lidar com quem os outros são e não colocaremos em suas costas a responsabilidade sobre o que nos acontece.
Eu invisto e investirei durante
toda a minha vida em aprendizado e autoconhecimento. São tesouros verdadeiros
que nada nem ninguém poderá tirar de mim.
Mas ainda há aqueles que não
observam a importância de aprender, crescer e mudar, que não sabem o quanto
algumas sessões terapêuticas ou de coaching, ou um curso, ou mesmo alguns bons livros
podem fazer pelas suas vidas.
Ainda não perceberam a
importância de se dar maior importância.
E aqui não falo apenas de
investimentos materiais. Provavelmente você conhece pessoas que passam um bom
tempo de suas vidas fazendo coisas que não lhe trarão nada de significativo; dispersando
tempo e energia em experiências que nunca lhes trarão nada de valioso.
Pagam um preço alto por momentos fugazes
que são vazios de significado, em vez de se ocuparem com aquilo que pode lhes construir
uma vida realmente feliz. Pagam para assistir a uma partida de futebol mas não
para ir a uma palestra, por algumas cervejas mas não por um livro, por alguns
dias de carnaval mas não por um curso.
Nada contra lazer, diversão,
prazer... que são alimentos para a alma. Falo aqui de quando a balança dos
nossos investimentos pesa apenas para um lado, e permanece nele muito tempo.
Enfim, as minhas perguntas de
encerramento deste texto são:
Qual o preço de mudar?
Quais podem ser suas novas estratégias
para se sentir dono do próprio destino?
Como é a
sua vida feliz? Quais os seus investimentos em recursos materiais e não
materiais para vivê-la?
Kau
Mascarenhas
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